Uma vida cansativa.Rotineira. Passava horas, sol a sol, dia pós dia tentando encontrar um susteno: eu buscava emprego. Afinal quando eu voltasse para casa eu teria de oferecer algo para minha família comer. Pelo menos essa era a história que você conhecia. Minha família, constituída pela minha esposa, minha única família. Pena só agora percebi isso. Acho que foi tarde demais. O tempo passara.
___ Beijo amor, eu volto para jantar.
Essa era minha corrida frase cotidiana, que eu pronunciava todos os dias ao sair cedo de casa.
A boca pálida, o sangue parecia ter fugido daquele corpo.
E assim, passava-me por todos os lugares da pequena cidade, a procura de emprego, e eu voltava sempre, a tempo de jantar. Jantar ? Jantar , o quê ?
Minha esposa sempre surpriendente conseguia algo para tapar os olhos da fome.
Amargamente arrependido... Confesso que todos os dias que eu saía, não eram para procurar emprego.
Ela se foi... Se foi por eu ter sido tolo o bastante de não entender que ela me amava de verdade. Mas fui fraco o suficiente de deixá -la partir.
Eu a enganei todos esses dias.
Um covarde...
Queria poder ter te dito o quanto te amo hoje, por entender que todo esse tempo, eu te amei, mas não sabia.
Agora entendo que amar não é simplesmente ter alguém para saciar meus desejos hormônais masculinos, mas que cada gesto, cada palavra, cada olhar também possuem significados no amor.
Deixo-te essa carta e confesso-te , arrependimentos profundos. Não pedirei que me ame, pois agora compreendo que me amastes até o meu fim.
Adeus...
